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Meu querido João,
Caminhámos uma longa estrada e parece que agora estamos a chegar ao cruzamento em que tu escolhes uma saída e eu outra. Esta longa estrada foi um caminho bastante importante de percorrer. Difícil mas valorosa. Difícil mas maravilhosa. E só tenho que te agradecer a ti por toda esta viagem; ela mudou-me e fez-me renascer, é me essencial e estimada. E apenas espero que a recordes também com o mesmo apreço que eu a recordo, com o mesmo sorriso, o mesmo sentimento de saudade meiga, e que a dês valor pelo que ela foi.
Começámos este percurso com uma velocidade incrível em que não nos cansávamos de correr de mãos dadas, não tínhamos medo de chegar ao fim, apenas queríamos sentir o furor e a magia, a força e a ânsia, juntos. Apenas queríamos fazer esta viagem juntos. Lentamente, a nossa resistência começou a fraquejar e desacelerámos. Acalmámo-nos e passámos a andar. Demos as mãos e começámos a apreciar tudo o que nos rodeava de outra maneira. Até que chegou ao momento que tu decidiste largar a minha mão e caminhar no passeio oposto. E eu fiquei no meio da estrada a ver-te sem te poder tocar, sem te poder gritar nem chamar de maneira que me ouvisses. Nunca mais me olhaste. Continuámos a percorrer a estrada, separados por bermas, até hoje, até este momento. Perdemos tempo no nosso percurso, tempo que podíamos ter passado juntos mas que tu não tiveste força para o fazer. Preferiste vendar os teus olhos e eu preferi calar-me. E hoje parámos. Temos os pés assentes no chão sem dar um único passo. Encontramo-nos perante um cruzamento, duas setas a amarelo: uma indica o teu caminho e outra indica o meu. E antes de iniciarmos a nossa nova caminhada, numa nova estrada, despedimo-nos. Estamos voltados um para o outro e eu desvendo-te os olhos e tu electrizas a minha voz. Olhamos um para o outro e eu abraço-te como te abracei no nosso primeiro encontro. Entrego-te este caderno, preenchido por mil palavras, todas sentidas e escritas para ti, em nome do que fomos e do que passámos, juntos e separados. Beijas-me ao de leve e eu sorrio-te. Sorris-me de volta. E dizemos Adeus. Eu digo-te Adeus meu amor, Adeus meu amigo, Adeus meu tudo. E tu dizes, Adeus Sofia. E partimos. Partimos…
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sábado, 7 de junho de 2008
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