quinta-feira, 8 de maio de 2008

Espera

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"Custa ser deixada para trás. Espero por Henry sem saber onde se encontra, perguntando-me se estará bem. Custa ser a que fica.
Mantenho-me ocupada. O tempo passa mais depressa assim.
Adormeço sozinha e acordo sozinha. Ando a pé. Trabalho até me cansar. Observo o vento a brincar com o lixo que passou o Inverno inteiro debaixo da neve. Tudo parece simples até começarmos a pensar nas coisas. Por que será que a ausência favorece o amor?
Há muito tempo, os homens partiam para o mar e as mulheres esperavam por eles à beira-mar, esquadrinhando o horizonte à procura do minúsculo barco. Agora, eu espero por Henry. Ele desaparece involuntariamente, sem aviso. Eu espero-o. Cada momento de espera parece um ano, uma eternidade. Tão lento e transparente como vidro. Através de cada momento vejo infinitos momentos enfileirados, esperando. Por que foi ele para onde não posso segui-lo?"


Em A mulher do Viajante no Tempo, Audrey Niffenegger


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